Este é um espaço criado por Celina Bartalotti e Barbara Cristina Mello, desde 2008, e está sendo retomado e repaginado, para a ampliação de discussões, inquietações, divulgação e construção de uma terapia ocupacional que busca, a cada dia, compreender e disponibilizar ações possíveis na área da deficiência intelectual, alterações no desenvolvimento infantil e inclusão social.
29 de out. de 2008
Terapia Ocupacional - em busca da complexidade do simples
A Terapia Ocupacional é uma profissão da área da saúde, que trabalha com aspectos bastante particulares e, ao mesmo tempo, aparentemente simples da vida humana – as atividades realizadas pelas pessoas em seu cotidiano.
Digo aparentemente simples porque para aqueles que realizam suas ações cotidianas sem grandes dificuldades, ou que encontram, por si, soluções para os obstáculos que vão encontrando ao longo do seu caminho, pensar que um profissional dedica uma vida de estudos e intervenções para compreender atividades, rotinas, cotidiano, pode parecer até banal.
Mas quando pensamos naquelas pessoas que, pelos mais variados motivos, encontram-se de alguma forma impedidas de exercer plenamente suas potencialidades, pessoas que enfrentam obstáculos para realizar aquilo que para nós é tão simples, começamos a nos aproximar da complexidade da Terapia Ocupacional.
Eu construí, há algum tempo, uma frase que venho repetindo ao longo da minha vida profissional, quando quero expressar o que, para mim, é a essência da profissão: ser terapeuta ocupacional é acreditar, incondicionalmente, na possibilidade do outro, na sua capacidade de construir formas de viver plenamente seus sonhos.
E é por acreditar na possibilidade do outro que podemos compreender a complexidade existente naquilo que é, em essência, simples – andar, alimentar-se, trabalhar, brincar, dançar, usar um computador, pintar, vestir-se, banhar-se... ações tão banais e ao mesmo tempo tão cheias de significado na vida de cada um de nós.
Só quando nos deparamos, por exemplo, com alguém que não consegue levar o próprio alimento à boca, dependendo de outro para realizar uma atividade tão íntima como alimentar-se, é que percebemos que as coisas simples do cotidiano são, essencialmente, aquelas que nos significam como sujeitos.
Possibilitar ao outro (re) tornar-se sujeito de sua própria vida – isso é ser um terapeuta ocupacional.
Celina Camargo Bartalotti
Terapeuta Ocupacional
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário