25 de mai. de 2016

PRODUÇÕES DE UMA TERAPIA OCUPACIONAL CONTEMPORÂNEA


Texto originalmente publicado em jan/2009 no Blog da Flavia Liberman

Barbara Cristina Mello
Terapeuta Ocupacional
Janeiro/2009

Em tempos onde as produções do fazer na terapia ocupacional apresentam-se cada vez mais dinâmicos e inventivos, cabe-nos a abertura dos campos de criação e interlocução entre o novo e o antigo.
É importante destacar que as bases da terapia ocupacional, mesmo tendo sido organizadas e instauradas em uma outra época, ainda sim demonstra-se capaz de permitir ser re-pensada, re-inventada e restaurada a cada momento, devido ao dinamismo de nossa profissão.
Desta forma, sempre haverá coisas que iremos concordar e de certa forma será investido por cada um de nós, e também aqueles aspectos que não nos afeta, e serão colocadas em reserva deste cotidiano vivido. Porém, a diversidade do saber, do fazer e das interlocuções é que constituem a contemporaneidade da terapia ocupacional e do terapeuta ocupacional.
As tessituras deste fazer vão se compondo junto à prática desta clínica diversificada, que necessita e se faz de bons engendramentos, apropriação de territórios, criação de redes, fundamentação teórica, ampliação de leituras das relações e do ser humano e das intensidades dos encontros e desencontros que acontecem no setting terapêutico.
Devemos estar atentos às dinâmicas que vão se estabelecendo neste jogo de potências e nos ciclos que acontecem em tudo aquilo que é vivo. O cotidiano que se estabelece faz do tempo um grande aliado que se encarrega deste processo, montando e re-montando a orquestra de intimidades da vida, dos diferentes fazeres, dos desejos, das experiências e vivências, dos afetos, dos encontros e relações na clínica da terapia ocupacional.
Neste jogo de contatos com o outro, a partir da ótica da diversidade humana, nos possibilita grandes improvisações, desde que saibamos que a improvisação aqui é vista como potente caminho de criação de uma clínica da terapia ocupacional e não como disparador de atos infundados, descontextualizados ou sem sentido.
E esta clínica que acolhe a improvisação em seu cotidiano torna-se potente e oferece ao terapeuta e sua clientela novos jeitos de fazer e viver que atravessados por estes diferentes fluxos, se faz e re-faz em seu dia a dia.


Sugestões de leitura:

- CASTRO, Eliane Dias. Relação Terapeuta-Paciente. In CAVALCANTI, Alessandra; GALVÃO, Cláudia. Terapia Ocupacional: fundamentação & prática. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.
- LIBERMAN, Flavia. Delicadas coreografias: instantâneos de uma terapia ocupacional. São Paulo: Summus Editorial, 2008.

- LIMA, Elizabeth M. F. Araújo. Desejando a Diferença. Revista de Terapia Ocupacional da USP. São Paulo, vol. 14, nº 1, 2003. 

Nenhum comentário: