Texto originalmente publicado em jan/2009 no Blog da Flavia Liberman
Barbara Cristina Mello
Terapeuta Ocupacional
Janeiro/2009
Em tempos onde as produções do
fazer na terapia ocupacional apresentam-se cada vez mais dinâmicos e
inventivos, cabe-nos a abertura dos campos de criação e interlocução entre o
novo e o antigo.
É importante destacar que as
bases da terapia ocupacional, mesmo tendo sido organizadas e instauradas em uma
outra época, ainda sim demonstra-se capaz de permitir ser re-pensada,
re-inventada e restaurada a cada momento, devido ao dinamismo de nossa
profissão.
Desta forma, sempre haverá coisas
que iremos concordar e de certa forma será investido por cada um de nós, e
também aqueles aspectos que não nos afeta, e serão colocadas em reserva deste
cotidiano vivido. Porém, a diversidade do saber, do fazer e das interlocuções é
que constituem a contemporaneidade da terapia ocupacional e do terapeuta
ocupacional.
As tessituras deste fazer vão se
compondo junto à prática desta clínica diversificada, que necessita e se faz de
bons engendramentos, apropriação de territórios, criação de redes,
fundamentação teórica, ampliação de leituras das relações e do ser humano e das intensidades dos
encontros e desencontros que acontecem no setting terapêutico.
Devemos estar atentos às
dinâmicas que vão se estabelecendo neste jogo de potências e nos ciclos que
acontecem em tudo aquilo que é vivo. O cotidiano que se estabelece faz do tempo
um grande aliado que se encarrega deste processo, montando e re-montando a
orquestra de intimidades da vida, dos diferentes fazeres, dos desejos, das
experiências e vivências, dos afetos, dos encontros e relações na clínica da
terapia ocupacional.
Neste jogo de contatos com o
outro, a partir da ótica da diversidade humana, nos possibilita grandes improvisações,
desde que saibamos que a improvisação aqui é vista como potente caminho de
criação de uma clínica da terapia ocupacional e não como disparador de atos
infundados, descontextualizados ou sem sentido.
E esta clínica que acolhe a
improvisação em seu cotidiano torna-se potente e oferece ao terapeuta e sua
clientela novos jeitos de fazer e viver que atravessados por estes diferentes
fluxos, se faz e re-faz em seu dia a dia.
Sugestões de leitura:
- CASTRO, Eliane Dias. Relação
Terapeuta-Paciente. In CAVALCANTI, Alessandra; GALVÃO, Cláudia. Terapia Ocupacional: fundamentação &
prática. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.
- LIBERMAN, Flavia. Delicadas coreografias: instantâneos de uma
terapia ocupacional. São Paulo: Summus Editorial, 2008.
- LIMA, Elizabeth M. F. Araújo.
Desejando a Diferença. Revista de
Terapia Ocupacional da USP. São Paulo, vol. 14, nº 1, 2003.
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